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Fazenda Kui-Haz

Projeto completo de Arquitetura

Igaratá | SP

2013 - 2015

Arquitetura:

NAVE Arquitetos Associados

       Valéria Santos Fialho

       Roberto Fialho.

Estagiário

       Luis Hayashi Garcia 

Projetos complementares: 

      SP Project.

       Miguel Frasão e Paulo Freire

A demanda para o projeto da sede de uma fazenda de eucaliptos no interior de São Paulo, na cidade de Igaratá, trouxe para o nosso escritório um desafio que foge do contexto dos projetos habituais. A sua localização, a geografia do local e especificamente a topografia do lugar escolhido para a construção da casa configura uma situação peculiar e instigante pelos desafios a serem vencidos.

As limitações de acesso pela declividade acentuada, não apenas do entorno imediato da obra como também de toda a região, impuseram restrições de acesso de materiais e equipamentos e as demandas do cliente quanto ao tipo de construção e programa acentuaram as restrições e limites a serem respeitados no projeto.

O local escolhido, o topo de um morro, limitado a sudeste por um gasoduto, a nordeste por uma grota de mata original configurando uma APP e a sudoeste e noroeste com declividades entre quarenta e cinquenta por cento, proporcionou de antemão a interpretação do lugar como um panóptico, com uma vasta visualização da paisagem composta por sequências de morros que inspira a concepção de uma casa voltada para o encanto da paisagem que vislumbra.

O programa solicitado pelo cliente configura a típica casa para o descanso e também sede da Fazenda Kui-Haz, especializada no cultivo de eucaliptos: quartos para a família (casal e dois filhos) e futuros hóspedes (familiares e amigos, do casal e das crianças), alocados em bloco independente e isolado, proporcionando a desejada privacidade, e generosa área social comum, com a cozinha, estar e lazer (churrasqueira) organizados como espaço contínuo e com vista panorâmica dos arredores. Esta área ainda se conecta, em todo seu entorno, com um generoso deck de madeira que recebe em uma de suas laterais a piscina linear, da qual é possível usufruir da paisagem, dentro da água ou aproveitando o sol repousando em sua borda. Como resultado das condições do terreno, sob o bloco dos quartos encontram-se as áreas de apoio e serviços, organizadas em torno de um pequeno pátio de manobras.

A circulação vertical está posicionada estrategicamente na fronteira entre os dois blocos e serve também como centro da alimentação de água, com os reservatórios locados sobre o volume. Para este bloco das escadas foi desenvolvido um elemento vazado de concreto com a possibilidade de aplicação de vidros em seus vazios o que possibilitará um efeito de “lanterna” quando as luzes internas estiverem acesas. Os elementos vazados serão fabricados no próprio canteiro de obra, com formas de silicone desenvolvidas pela equipe do escritório.

A opção pela estrutura mista, metálica para a parte social e de concreto para o bloco íntimo e de serviços, resulta também da busca pela adequação às condições do local, com o mínimo de interferência na topografia do terreno. Procurou-se reduzir ao máximo a movimentação de terra e, onde a ação foi inevitável, a estratégia foi tirar partido da estrutura construída.

Desta maneira, o volume das áreas técnicas do piso inferior pousa sobre o terreno. É leve, com fechamentos em vidro e cobertura metálica, e será construído como um jogo de montar, em poucos dias, logo após a consolidação do movimento de terra e construção do bloco de concreto. A construção foi desta forma planejada em etapas atendendo também aos recursos disponíveis e cronograma estabelecido pelo cliente.

Assim, buscando a menor intervenção possível no sítio e com otimização de recursos, o projeto, além de responder às demandas do cliente com espaços qualificados, em seus aspectos funcionais e formais, e com especial atenção à valorização da integração com os belos arredores, coloca em questão a importância da busca pela sustentabilidade da construção em sua essência. 

Uma casa projetada para se relacionar com a natureza de maneira a evitar as agressões e o impacto inerentes a esta ocupação. O lugar que impõe a necessidade de autossuficiência, já que apenas a energia elétrica é suprida por concessionária, e o respeito às restrições impostas pela legislação ambiental, foram fatores determinantes para que a arquitetura proposta se integrasse à paisagem não apenas em seus aspectos visuais, mas também nas suas relações funcionais e na minimização das consequências de sua implantação no meio ambiente.

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